18.11.09

109 - Praceta José Duro

José António Duro Jr, nasceu em Portalegre em 22 de Outubro de 1875 e morreu, tuberculoso, em Lisboa, a 18 de Janeiro de 1899. Alegadamente filho de pais incógnitos, embora se tenha conhecimento ser filho de José António Duro, Industrial e da operária de lanifícios Maria da Assunção Cardoso. Frequentou em Lisboa a Escola Politécnica e era assiduo nas tertúlias que tinham lugar em alguns dos cafés lisboetas. Morreu com apenas 25 anos como não era raro naquela época em que imperava a tuberculose que por sinal, levaria desta vida escritores e poetas como Cesário Verde. O seu livro «Fel» (1898) vale, assim, como documento humano pungente, que só se impõe pela veemência da dor e a autenticidade do desespero.
Na poesia erudita o poeta português mais trágico foi sem duvida o alentejano: José Duro

Fel
(extrato do poema)
A doença que me mata é moral e física!
De que me serve a mim agora ter esperanças,
Se eu não posso beijar as trémulas crianças,
Porque ao meu lábio aflui o tóxico da tísica?

E morro assim tão novo! Ainda não há um mês,
Perguntei ao Doutor: - Então?...- Hei-de curá-lo...
Porém já não me importo, é bom morrer, deixá-lo
Que morrer - é dormir... dormir... sonhar talvez...

Por isso irei sonhar debaixo dum cipreste
Alheio à sedução dos ideais perversos...
O poeta nunca morre embora seja agreste
A sua aspiração e tristes os seus versos!

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