19.11.09

152 - Av. Azedo Gneco

Eudóxio César Azedo Gneco, nasceu em Samora Correia, Benavente, em 1849. Gravador medalhista e aprendiz de escultor, iniciou a sua actividade política e sindical no Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas, que havia sido fundado em 1852. Na sequência da deslocação a Lisboa, em 1871, de três dirigentes socialistas espanhóis, Azedo Gneco participa na fundação da Fraternidade Operária, que chegou a reunir 3.000 sócios. Em 1875, com Nobre França, Caetano da Silva, Agostinho da Silva e António Joaquim de Oliveira e, mais tarde, Antero de Quental, funda o Partido Socialista, aderente à 1.ª Internacional, de orientação federalista e proudhoniana. Em 1890, Azedo Gneco criou a Liga de Democracia Socialista e, juntamente com Nobre França e Ramos Lourenço, atacou os ideais possibilistas, que haviam estado na origem de uma cisão entre os socialistas. Organizou o Congresso Nacional operário em 1893 e o Congresso Anticatólico de 1895. Em 1901, defende a aliança com os republicanos, contrariando a orientação de outros grupos que se reclamavam do socialismo. Mas, a partir de 1907, o Partido Socialista Português afasta-se dessa aliança e vem mesmo a receber o patrocínio de D. Manuel II na sua reclamação de uma melhoria das condições de trabalho. Mas a implantação da República, em 1910, reduz substancialmente a capacidade mobilizadora do PSP.
Durante a década de 1870, Azedo Gneco manteve relações epistolares com Karl Marx e com Friederich Engels. Manteve-se na liderança do partido até 1878. Em 1896 participou como delegado português no Congresso Socialista realizado em Londres. Regressou à estrutura dirigente do socialismo português em 1895, já numa facção dissidente, passando em 1905 a fazer parte da Federação Regional do Sul do Partido Socialista Português, da qual foi dirigente em 1907, 1909 e 1910. Azedo Gneco foi por diversas vezes candidato a deputado, mas nunca conseguiu os votos necessários para ser eleito.Morreu em Lisboa a 29 de Junho de 1911.

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